quinta-feira, 16 de outubro de 2008

basta!!

Em abril de 1994, um importante jornal norte-americano referiu-se ao subcomandante Marcos, voz dos zapatistas revolucionários em Chiapas, México, dizendo que tinha trabalhado num restaurante de São Francisco, mas que havia sido despedido por ser gay. A imprensa oficial do México lançou no ar: Um maricas revolucionário!! Os zapatistas responderam com o seguinte comunicado:

Marcos é um gay em São Francisco, um negro na África do Sul, um asiático na Europa, um anarquista na Espanha, um palestino em Israel, um judeu na Alemanha, um comunista no pé da guerra fria, um artista sem galeria nem portfólio, um pacifista na Bósnia, uma dona de casa só num sábado à noite em qualquer parte do mundo, um repórter escrevendo histórias que enchem as páginas negras, uma mãe solteira no metrô às dez da noite, um camponês sem terra, um trabalhador desempregado, um estudante fracassado, um escritor sem livros nem leitores, e, sobretudo, um zapatista nas montanhas do México. Assim é Marcos, tão humano como qualquer outro neste mundo. Marcos é todas as pessoas exploradas, marginalizadas, excluídas, as minorias oprimidas, resistindo e dizendo: Basta!!